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segunda-feira, 4 de junho de 2012

Pão com puta merda

 Dois cacetinhos velhos e uma reba de Baré-Cola. Foi isso o que ele viu ao abrir a geladeira, e se pôs a pensar quando é que esse negócio de ser escritor ia começar a dar dinheiro. Suas calças estavam remendadas e os sapatos eram os mesmos de sempre, o do pé direito já estava quase falando, com a sola do bico descolada, sem falar do estado de seu paletó. Mas escrevia bem, seu último conto era sobre um sujeito que era pago para executar palhaços e também aqueles que se fantasiavam de Quico.
 Ele estava justamente tentando acabar este conto quando abriu a geladeira, então juntou alguns trocados e foi à venda. Ao retornar, coloca as compras em cima da mesa, e de repente, uma onda de otimismo o invade, "o troço vai deslanchar, de agora em diante", pensa, "é, vai sim, sou um escritor, e meus poemas são de trincar os ossos". Então ele infla o peito e fica repetindo pra si mesmo:"sou foda, cara, fodástico, é isso aí!". Ele começa a ter várias idéias geniais para escrever. Aí senta-se na cadeira e come um pão com mortadela.
 E se engasga.

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