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terça-feira, 24 de julho de 2012

Passeio pela Rua da Barca

 Cocktail de fermentado de cana com extrato de gengibre e carvalho. Parecia bom. Comprei também dois pacotes de bolacha salgada e dois maços de cigarro. No curto período em que andei por aquela maldita rua (lixeira a céu aberto) eu me lembrei que haviam alguns poemas num dos meus blogs que estavam programados para serem publicados na terça-feira (grande merda).
 A noite passada foi terrível. Bebi tanto que esqueci onde estava, acabei faltando com meus amigos e ainda por cima caí de cara no chão, entortando um pouco mais o meu nariz.

 A insônia voltou com tudo (eu não disse "Sônia", e mesmo se fosse ela, seria um desastre igual). E isso vem a calhar com o título deste blog. A insônia é hoje um dos meus hunos, não consigo lidar com ela, detê-la, retê-la. Os remédios ajudam um pouco, mas acabam criando uma dependência no infeliz do insone. Outro dos meus hunos são as pessoas. Nunca gostei de multidões e chego a suar gelado, fazendo um esforço titânico pra suportar o troço, mas há lugares específicos onde me sinto bem, mesmo que lotados. Para o meu azar, a maioria deles são bares.

 O sol já estava no horizonte. Dobro a rua e vejo um cusco sarnento e rengo, todo fodido, que estava no outro lado da calçada. A gente se olha por um instante e depois seguimos, cada um, para sua vidinha miserável, ele entra na rua da direita e eu, na esquerda.
 Éramos iguais, e aqueles que assim o são jamais cruzam o caminho um do outro, andam em vias paralelas. E o cachorro sabia disso.
 Até mais do que eu.

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